quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Artigo - Estamos transformando a polícia em uma instituição de covardes (Delegado Rafael F. Vianna)

04/09/14 - Por Dr. Rafael Vianna: Estamos transformando a polícia em uma instituição de covardes. Hoje, poucos policiais têm o ímpeto de agir imediatamente diante de uma injustiça ou de uma situação delituosa. Poucos têm a vontade de investigar e se expor às ruas e a seus conflitos, poucos têm a 




inconsequência de ir, quando a prudência normal e comum recomendam não ir. A polícia não é uma profissão de certezas, de escolhas fáceis e certas, de ausência de riscos, de legalidades simples dos bancos acadêmicos. Polícia é risco e incerteza 24 horas do dia. Não existe a possibilidade de esperar um criminoso sacar a arma e apontá-la para você antes de você decidir atirar. Não se pode pedir sempre um mandado de busca para entrar em uma casa. Não existe sempre situações claras de risco e de flagrante delito que lhe permitam saber 100% do sucesso de suas escolhas e suas ações. Nas ruas é sacar a arma antes e atirar, entrar sem pensar para surpreender e não ser surpreendido. A polícia não é uma profissão de certezas e legalismo acadêmico. Não podemos transformar nossos policiais em pessoas acuadas e com medo de agir, com medo de responder por crimes, por abusos, por excessos.

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Claro que não se pode permitir tudo, autorizar desmandos, torturas, abusos de autoridade. Mas não se pode exigir certezas e antecipações que os imprevistos das ruas não permitem. Não podemos colocar nossos policiais em uma situação de desconfiança prévia em relação aos seus atos que os imobilizem, não podemos exigir garantias que não podemos dar aos nossos policiais. Prejulgando ações policiais como de má-fé, transformamos nossos protetores em covardes que têm medo da decisão, que preferem não sair às ruas para investigar e prender. Hoje na polícia é mais cômodo não fazer nada, pois aí você evita os riscos das decisões incertas e os procedimentos que delas advém. Ocorre que isso é o fim da polícia, de nossos cães pastores, de nossos protetores.


Desgastes, equívocos e erros sempre existirão na atividade policial; mas nenhum erro será maior para a sociedade do que transformar a polícia em um lugar de covardes burocratas, que se escondem atrás de procedimentos e regras acabadas que não resolvem o imediatismo do pavor de um crime acontecendo.


Precisamos de policiais um pouco inconsequentes – pois ninguém em um raciocínio lógico e normal vai enfrentar criminosos que não tem nada a perder ou a ganhar - que não tenham medo da morte, que anseiem pelo confronto, que tenham coragem de ir quando a prudência mandar não ir. Não existe o discurso do herói, do fazer o bem para a sociedade, do transformar o mundo em lugar melhor quando apontam uma arma para você. Ninguém vai pra rua quando o confronto é iminente e a derrota certa, seja morrendo ou voltando vivo para casa. Logo nossa polícia será formada apenas por covardes. Logo o caos habitará entre nós.



Rafael Vianna é o novo colunista do Jornal do Ônibus e do Correio Paranaense


1º Artigo - Vamos refletir sobre a nossa sociedade e nossa vida - Coluna de 03/04/2012

Prezados leitores: A vida tem sentido? E viver em sociedade? Será que existe alguma razão para aceitarmos viver desta maneira? Será mesmo que a vida “é apenas do jeito que é”? Será que devemos tão somente esperar os dias passarem para um dia a morte chegar?

Talvez seja só isso mesmo: esperar os dias passarem. Mas talvez pudéssemos transformar este tempo em algo melhor, transformar os dias em momentos melhores. Existir quem sabe seja isso.

É para dividir estas dúvidas com vocês que começo a escrever esta coluna. Sou muitas coisas, Delegado de Polícia Civil, atualmente Assessor Civil da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná, sou professor do Cursinho para concursos públicos e OAB Ordem Mais, sou escritor e autor do livro “Diálogos sobre segurança pública: o fim do estado civilizado”, sou professor da Escola Superior de Polícia Civil, sou Mestre em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, sou e sou.

Sou? E daí? Ainda não consigo encontrar satisfação e por isso volto a escrever. Não me conformo com o mundo e com a sociedade do jeito que são, com as injustiças, com a ignorância, com a falta de tudo que não sabemos. Não posso acreditar que as pessoas se acostumem com o caos em que vivemos, com a ausência de sentido, de saber, de compreender o existir. Desejo que este espaço seja um lugar para refletirmos e buscarmos dias melhores.

Tenho um blog (www.delegadorafaelvianna.blogspot.com) onde busco dividir com alguns amigos as minhas dúvidas, reflexões e realizações. Gostaria, a partir de agora, de dividir com todos vocês, com mais gente. Acho que é por isso que aceitei esta coluna.

2º Artigo - Pergunte a você mesmo - Coluna de 10/04/2012

Prezados Leitores: A estréia desta coluna no Jornal do Ônibus foi apenas para apresentações. Não alcançou o que eu realmente buscava. Quero é causar dúvida, espanto, reflexão.

Vivemos no caos! Isso é fato! Ou, ao menos, estamos no caminho certo para alcançá-lo. É apenas sorte você não morrer, não ser vítima de um roubo, não ser enganado por alguém, não ter câncer ou não ser atingido por uma catástrofe natural.

E aí? O que fazemos, então? Mudamos o mundo! E não pense que é preciso uma grande pessoa ou uma grande revolução para isso. Você mesmo pode mudar o seu mundo, a sua segurança, a sua rua, o seu bairro, o seu ônibus, o seu trabalho, o seu jeito de ver as coisas.

Comece hoje a mudar a sua vida e o seu mundo. Como? Vamos começar a entender o nosso mundo, a nossa sociedade, os nossos hábitos, os nossos erros. Tenho várias idéias e tentarei dividi-las com todos aqui. Não se trata de auto-ajuda, mas de ver o sentido das coisas, entender a razão de existir, enxergar as diversas possibilidades do mundo. Começo com alguns questionamentos:

- Você sabe o que é sociedade?
- Por que vivemos assim?
- Para que serve o Estado e a polícia?
- Por que crimes ocorrem?
- Será que podemos acabar com eles?
- Como não ser vítima da violência?
- Como dar sentido a sua vida?
- Como se transformar em uma pessoa melhor?
- Como não aceitar o caos e tudo que parece errado?
- Como começar?
Vamos conversar sobre isso. Sobre tudo o que faço.

Fonte: Delegado Rafael F. Vianna

O Cão de Guarda Noticias.


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